Sadhana 

(S.S.GuruCharan Singh Khalsa)

Este é o momento da Era de Aquário. É o ponto culminante de um período, o final da adolescência do homem. Porém, cada adolescente experimenta dores no crescimento e períodos de luta para ajustar-se a seu potencial adulto. Nas décadas que se seguirão, vamos experimentar muitas mudanças sociológicas, psicológicas e físicas. Nosso sentido de quem somos, a definição de nossas responsabilidades e potencialidades vai mudar radicalmente. Ao invés do homem enxergar-se como uma pitada de pó glorificado com grandes ilusões, ele vai ver-se como intrincado e finito veículo físico conectado a uma fonte infinita de consciência e energia universal. A maré da evolução humana vai lavar e levar consigo os velhos conceitos de individualidade e estabelecer novas prioridades na vida. O significado da vida e a sua estabilidade estarão enfocadas na harmonia da psique individual com a psique universal. Estaremos lutando para criar maneiras de viver que possibilitem o desenvolvimento de nossas mais altas potencialidades e que sirvam a uma consciência global e cósmica. O fundamento de todos estes hábitos de vida estará na Sadhana.

As técnicas ensinadas por Yogi Bhajan são cruciais na formação da cultura da nova época. As técnicas de Kundalini Yoga, o modo de vida e a disciplina de Sikh Dharma oferecem uma maneira efetiva e eficiente para construir o potencial de cada pessoa em um contexto de humildade e serviço para a humanidade.

O primeiro ensinamento deste modo de vida é levantar-se todos os dias, antes do amanhecer, e fazer uma Sadhana. A importância de fazer a Sadhana foi de grande valor em cada disciplina utilizada pelo homem para melhorar-se e melhorar as sociedades em que vivia.

O símbolo da Era de Aquário é ser esta era portadora da verdade. Seu slogan é "Eu sei e, por isto, eu creio". Desta forma, exige uma experiência muito prática e pessoal para verificar antigas verdades espirituais. Construir a experiência dentro de si mesmo, requer prática e compromisso constante com a sua consciência superior.

Sadhana, Aradhana e Prabhupati

A essência da direção da Sadhana é a seqüência de "Sadhana, Radhana e Prabhupati", traduzidos brevemente para "disciplina, atitude e atitude ou mestria". Para entender o primeiro passo, que é a Sadhana diária, temos de vê-la dentro do contexto de Radhana e Prabhupati. O começo do progresso espiritual e do equilíbrio mental é a Sadhana.

Sadhana significa qualquer prática de auto-correção que dá à mente e o corpo uma disciplina para expressar o infinito dentro de si mesmo. É uma prática que reajusta os ciclos e os padrões no ritmo de suas mais altas metas. É um tempo em cada dia para dar-se conta de todos os hábitos negativos que nos desviam da consciência superior e para eliminar, um por um, todos os desejos que estão no fundo destes hábitos. Esta é uma atividade muito consciente e, desta mesma forma, você decide levantar nas horas primeiras da manhã, ao invés de permanecer dormindo. Você exercita seu corpo e exalta o infinito em seu coração através de sua voz e da sua atitude.

Cada dia é diferente e em cada dia você é diferente: em setenta e duas horas cada célula de seu corpo muda totalmente. A doença vai e vem. A motivação aumenta e diminui. Porém, através do fluxo da vida, das variações de nossa mente e do bater de um coração inseguro, conscientemente escolhemos manter uma prática constante e regular e, com este compromisso, estabelecemos uma prioridade na vida sobre todas as demais coisas. Escolhemos a exaltação do ser universal e infinito e o desenvolvimento de nossos seres finitos como melhores canais para expressar sua natureza infinita.

O Décimo de Nosso Tempo

As escrituras yóguicas requerem um mínimo de 2 1/2 horas antes de o sol se levantar. Você tem que dedicar a Deus pelo menos a décima parte de cada dia. É durante estas horas que a proteção da aura do Mestre e sua direção prevalecem para todos que querem meditar. A esta hora, o prana (força vital básica) concentra-se nos pulmões, cérebro e sistema nervoso. O equilíbrio mental e a limpeza do físico são conseguidos mais facilmente que durante o resto do dia. Poucas pessoas estão despertas e ativas, de maneira que a pressa das atividades diárias não interferem com você.

Obstáculos

Ainda que possam surgir muitos obstáculos para que deixe de fazer suas práticas de manhã cedinho, ao conquistar cada um deles verá fortalecidas sua força de vontade, a confiança em si mesmo e a capacidade de centrar a mente. Esta atividade constante coordenada com o ritmo circular do sol, faz com que sua vida tenha um ritmo e isto representa mais do que um pequeno ganho! Se a cada dia, na mesma hora, você harmoniza todos os seus ritmos físicos e mentais, então, todas as partes de seu ser permanecerão coordenadas.

O dia inteiro flui melhor e, além disto, um ritmo natural associado a qualquer atividade, ajuda a mantê-la melhor. Se você se dispõe a aprender algo especial, na mesma hora a cada dia, você fará isto de maneira mais eficiente. Se aprender a meditar na mesma hora todos os dias, a cada dia ficará mais fácil fazê-lo.

Limpeza do Subconsciente

Na meditação você limpa o subconsciente de medos e libera novas reservas de consciência e energia para guia-lo. Quando cada medo se apresentar e você o enxergar com naturalidade e se relacionar com um bij mantra (Sat-nam), o medo não terá poder sobre você. Você se sentirá mais flexível e mais livre. Quase todos os medos foram aprendidos em uma certa hora do dia e tenderão a ocorrer com mais intensidade na hora do dia em que foram estabelecidos.

Meditando na hora da Sadhana, você atrai pouco a pouco todas as ansiedades de outras horas do dia. Normalmente você reage às ansiedades no tempo e nas condições em que elas se apresentam. Na meditação, os efeitos dos velhos medos se apresentam novamente, mas no tempo e nas condições que você estabelece. E uma vez que vêm ao mesmo tempo, torna-se cada vez mais fácil enfrentar cada um. Eventualmente, a mente é lavada das nuvens do medo e começa a ver a luz e o poder da consciência criativa. A meditação da manhã limpa as ansiedades e projeções diariamente para que nenhum medo subconsciente se acumule.

Depois de praticar uma Sadhana constante durante 40 dias a um ano e meio, os ensinamentos e a consciência começam a filtrar-se nas partes mais profundas de sua mente. Os esforços que você plantou conscientemente já construíram raízes e as plantinhas podem sustentar-se através de seus próprios esforços. A mente subconsciente finalmente recebe a mensagem. Se você é sincero em seu propósito, a meditação tem a prioridade e todos os dias, à mesma hora, você desperta sem a ajuda do despertador e, mesmo ao viajar, consegue meditar todos os dias, na mesma hora, sem esforço. O subconsciente que dirige 60% de nossas atividades e respostas automáticas, agora tem o costume de ter a consciência da Sadhana.

A meditação da manhã limpa as ansiedades e projeções diariamente, para que nenhum medo subconsciente possa se acumular. A princípio, o esforço consciente da Sadhana parece uma atividade negativa, impondo a disciplina e eliminando outras atividades. Faz com que você enfrente várias influências que resistem ao seu esforço de ser constante.

Quando a Sadhana vem sendo Aradhana, não há nenhum outro sentimento, exceto de que é uma atitude positiva. Você estabeleceu um canal que permite que os desejos despertos de sua mente superior se conectem com o ser universal. Durante este período, a mente está mais ativa na limpeza do subconsciente. Se você encontrar resistência agora, não será no fluxo rápido da natureza externa, mas na mistura de mudanças internas. Você enfrentará uma questão básica: Ëstá disposto a atuar e pensar com sua mais alta consciência ou quer conservar sua velha identidade? Se escolher o Ser Superior, então a Sadhana será a felicidade e você saltará da cama, pela manhã, com alegria, para fazê-la. Se esperar para decidir, você poderá dormir num esforço para evitar o compromisso.

Outro obstáculo nesta etapa é sentir que você conseguiu, uma vez que o hábito físico foi estabelecido e, assim , pode projetar sua mente ao infinito. É exatamente como subir numa montanha e, quando chega a um patamar mais alto, seu impulso é acampar e olhar os vales embaixo. Você quer comer as frutas que ai se encontram e descansar da forte subida. Porém, ao descansar demasiadamente, seus músculos se afrouxam até que se esqueça porque queria subir até em cima, uma vez que está muito acomodado. Você sabe que o que está na frente é mais duro, mais estreito e mais frio do que o que conseguiu até então e resiste em dar o último passo. Assim é a subida às alturas do ser.

Quando praticamos o suficiente para confirmar uma atividade, relaxamos. Chegamos à Sadhana, mas dormimos. Cantamos o Nam, porém sentimos, às vezes, que as palavras são mecânicas porque perdemos contato com nossa motivação original. Isto é parte da limpeza subconsciente, da motivação e das intenções. Em algum ponto de tudo isto, poderia deixar de sentir a motivação para fazer o que está fazendo e é então, que o hábito da Sadhana e o compromisso anterior são essenciais. O pensamento do dever e do compromisso pode ser, nestes momentos, sua única razão para continuar. Se conseguir ser constante neste tempo obscuro, poderá alcançar novas fontes de energia e força dentro de si mesmo. Você constrói uma dependência no infinito e nunca precisará de uma motivação externa para agir. Se conseguir ser constante neste tempo obscuro, poderá alcançar novas fontes de energia e força dentro de si mesmo. Uma vez que a Radhana tenha limpado os medos subconscientes e tenha confirmado a sua motivação para conhecer e usar o infinito, você entra no estado Prabhupati ou "Mestria de Deus". Este é o estado de neutralidade. Nele a sua motivação é neutra: nenhuma coisa o motiva, nem dinheiro, nem fama, nem o sexo, nem sequer o desenvolvimento pessoal é suficiente para determinar suas ações. Você deixa de ser manipulado pelas coisas. A maioria de nós está tão apegada a nossas posses e esperanças que não podemos agir livremente, através de uma consciência elevada, comprometendo nosso potencial de apoderarmos de nosso passado. Neste estado neutro, sente o infinito em todas as coisas e nada o motiva, exceto a existência infinita em si mesma. A motivação nasce a partir do centro de seu ser.

O estado de Prabhupati representa a abertura e a harmonização com o superconsciente. A mente consciente fundiu-se com a mente subconsciente e não há nenhum conflito na personalidade. Cada coisa é experimentada com harmonia, ainda que as circunstâncias externas pareçam ser desafiantes ou desastrosas. A personalidade sente mais a dor e a alegria do cosmos inteiro, porém descansa no estado da mente neutro e sublime. Este estado é chamado "Mestria de Deus", porque é o pleno despertar e integração da compaixão na personalidade. A compaixão dá ao homem uma capacidade que nem mesmo deus tem.O homem alcança a capacidade de perdoar o imperdoável. Deus é obrigado a manter a Lei da polaridade através do cosmos e, assim, se maus atos são criados, então maus atos serão recebidos. Se você rouba, então terá de ser roubado. Isto dá a lei e a ordem no mundo. Uma vez que estas leis governam as leis da vida normal, o tanto que vivemos atua para nos ensinar a estar em harmonia com a Lei Universal e a vontade de Deus. Um homem em Prabhupati é uma exceção. Ele pode ir além das leis do tempo e da polaridade, chegando ao estado de compaixão. Pode perdoar um ladrão que o roubou e até pode plantar a semente da inspiração nesta pessoa, para que ela alcance o infinito.

No estado de Prabhupati, cada momento é uma Sadhana realizada. Não existe nenhum momento em que você esteja dormindo e inconsciente da presença e dos requisitos da consciência universal. Deixa de fazer o que é correto para você e faz somente o que é correto para todos.

A experiência da Sadhana é uma iniciação diária.
Ninguém na Organização 3HO (Healthy, Happy e Holy- Saudável, Feliz e Divino) passa por uma iniciação, através de uma kriya ou um mantra secreto. Sentimos que não há nenhum segredo entre Deus e o homem e, assim, não deve existri nenhum segredo entre um homem e outro sobre Deus. O caminho para o infinito está claro, está aberto a todos e está escondido somente por nossa própria ignorância, medo e falta de disciplina. O tomar uma decisão significa fazer um começo confirmado. A cada manhã, na Sadhana, você se prostra diante do Infinito. Seu ser superior inicia seu ser inferior e este é o segredo de todos os segredos. O mundo inteiro o ajuda nesta iniciação diária. Ao começar a Sadhana não há nada a seu redor, a não ser a escuridão. A atividade mundana está reduzida a um mínimo. Enquanto se senta e medita no criador Infinito, o dia lentamente amanhece. Cada célula do seu corpo aprende que exaltando o Nome, você é conduzido da escuridão para a luz. O subconsciente está alerta à experiência primordial do amanhecer e o som de voltar a nascer. A mente projeta sensibilidade e confiança nas exigências de seu ser superior e é conduzida para além da ignorância e erro até uma visão iluminada. Realizar isto é a verdadeira iniciação. Quem pratica uma Sadhana perfeita, começa a irradiar luz. Alcança a capacidade de guiar e inspirar os outros. Só o fato de estar em sua presença, ajuda a aclarar a mente de conflitos inúteis. Permanece aberto o potencial guiador de sua mente superior em sua aura.

O Ashram e a Sadhana em Grupo

O Sadhana é uma disciplina que nos move em direção à consciência cósmica e auto-realização. Para chegar a este estado elevado de Prabhupati, teremos que dominar o estado intermediário da consciência do grupo. O campo de treinamento para isto é o Ashram.

Um ashram de 3HO tem duas forças básicas em operação: as técnicas de Kundalini Yoga e o estilo de vida Sikh Dharma. As técnicas de yoga estimulam a força básica na psique. Há um impulso para crescer e cada pessoa sente a expansão de sua energia ou shakti. Na medida em que aumenta sua energia, pode ver o efeito em sua capacidade para influenciar outras pessoas, canalizar sua vontade e estar sensível às energias sutis. É possível conseguir um grandioso ego espiritual nesta experiência de expansão. Um forte caso de ego espiritual é mais difícil de curar que o câncer. Porém, a humildade Sikh e o respeito ao Criador Único estabelece um bloqueio a isto.

Vivendo com um grupo que compartilha as mesmas experiências, formas de vida e consciência, é muito difícil fazer uma ação que negue esta nova consciência. Todos, ou pelo menos alguém, vai perceber o que ocorre, e lhe dará a necessária advertência e o reanimará para ajuda-lo a conservar o seu dharma. No ashram você se acostuma a tomar decisões que beneficiam o grupo inteiro, em vez do benefício pessoal. Isto coloca os fundamentos para aprender a ser um bom líder.

Fazer a Sadhana em grupo desenvolve uma sensibilidade muito além das relações interpessoais no ashram. Quando termina a Sadhana, a aura e as energias de todos os participantes encontram-se misturadas. É fácil comunicar-se e estar na mesma "onda" de freqüência. Você vê este efeito todos os dias. Se alguém está excitado e muito feliz e você está profundamente movido pela tristeza depois de ter visto um filme, é muito difícil comunicarem-se até que seus ânimos estejam coordenados. Na Sadhana, todos entram no ânimo da comunhão.

Um ashram é literalmente "a casa do Mestre"e as pessoas que ai moram são os servidores e mestres da consciência superior. Se o objetivo do ashram é cumprir a sua função de relacionamento ativo e de contribuição com a comunidade em que se encontra, a Sadhana é, então, essencial. Se todos fizessem a Sadhana, porém individualmente, perder-se-ia o poder da unidade.

Se você está em um ashram, agradeça a oportunidade de fazer a Sadhana em grupo. Senão está, procure o centro de Kundalini Yoga mais próximo ou junte seus alunos, familiares e amigos para que pratiquem com você.

A Estrutura Prática da Sadhana

Conhecer os processos espirituais e psicológicos da Sadhana não é suficiente. A essência de uma boa Sadhana é a prática constante. Nada, absolutamente nada, substitui o efeito e o valor da prática. Sem ela, todos os estudos, escritos e esperanças ficam vazios e sem significado.

3:45 da madrugada Jap Ji (poema escrito por Guru Nanak para despertar a alma)

4:00 da madrugada ONG NAMO GURU DEV NAMO

Pranayamas 5 minutos aproximadamente

Aquecimento 5 minutos aproximadamente

Kriya de 40 minutos aproximadamente

4:55 da madrugada Meditações: 62 minutos.

Rotina para levantar-se pela manhã

1. Ao despertar, não abra os olhos. Primeiro estique os braços acima da cabeça. Isto canaliza a energia magnética

2. Em seguida, tampe os olhos com as palmas das mãos e abra-os olhando para as palmas, como se fosse ler as suas linhas. Mantenha os olhos enfocados nas linhas das mãos enquanto, lentamente, afasta as mãos do rosto até 30 cm dele. Depois, volta as mãos sobre o rosto e, com os dedos, estira suavemente a pele em direção ao couro cabeludo, depois passando pela mandíbula até a ponta do queixo (se é homem e tiver barba, até a ponta da barba). Isto previne o esgotamento do nervo ocular e dos músculos dos olhos.

3. Estire-se para direita e para a esquerda como um gato. Isto ajusta a carga elétrica do corpo.

4. Posição de Estiramento. Deite-se de costas e levante a cabeça e os calcanhares a 15 cm do solo, com os braços esticados em direção aos pés, sem deixar as mãos tocarem o corpo ou o piso. Mantenha-se olhando para os pés. Continue com respiração de fogo por 1 minuto. Inspire profundamente, mantenha por uns instantes a posição, retendo a respiração, expire e relaxe. Se não conseguir fazer 1 minuto de uma só vez, descanse um pouco e continue até chegar a 1 minuto. Este exercício ajusta o ponto do umbigo.
5. Traga os joelhos até o peito e deite-se sobre o lado direito do corpo ( o tempo não está especificado. Sugere-se faze-lo por 1 minuto). Este exercício fortalece o coração.

6. (Opcional). Traga os joelhos ao peito, e abrace-os com as mãos entrelaçadas em trava de Vênus. Leve o nariz até os joelhos e faça respiração do fogo ( o tempo não está especificado. Sugere-se 1 minuto). Em seguida, inspire, retenha um pouquino, expire e relaxe. Este exercício elimina os gases acumulados durante a noite.

7. Caminhe até o banheiro com os pés descalços e toque a torneira. Lave os dentes e a parte detrás da língua até tossir e tirar a mucosidade da garganta. Os olhos se encherão de lágrimas. Ao tocar a torneira, a carga positiva do corpo sai através dos pés. É importante retirar o muco da garganta para que não o engula e se envenene com ele. Quando as lágrimas vêm aos olhos com este procedimento, isto é chamado "água de cataratas"e ajuda a manter os olhos saudáveis.

8. Massageie todo o corpo com óleo de amêndoas por 5 minutos. Em seguida, tome uma ducha de água fria. Ao terminar, seque-se rápido e fortemente, friccionando o corpo. A água fria fortalece o sistema nervoso e ajuda a prevenir as gripes.

Quando as mãos e o corpo estão cobertos de lodo,

A água pode enxaguá-lo.

Quando a roupa está suja e coberta de lodo,

O sabão pode remover as manchas.

Porém, quando a mente está contaminada

Pelo erro e a vergonha,

Somente pode limpar-se pelo amor ao Nome.

O Nam (o Nome) é o principal solvente para as manchas mentais. Isto é muito sensato. O ritmo da respiração lhe dá acesso à mente subconsciente e também à mente consciente. Quando canta estes mantras, sua mente está enfocada com a Verdade Infinita e neste momento você não se relaciona com as polaridades.

De acordo com um experimento com as ondas EEG do cérebro, você começa a sentir-se sereno e a emitir ondas alfa a partir de todas as partes do cérebro, passando a uma condição neutra, necessária para uma limpeza dos medos e hábitos no ser subconsciente. Se lhe chega um pensamento negativo, deixe que ele venha, porém deve estar consciente do ritmo "SA-TA-NA-MA" ou "SAT NAM". O pensamento não recebe a resistência a que está acostumado e que geralmente recebe, quando entra em sua consciência, colocando-se no centro dela para provocar uma reação.

O medo ou pensamento vive da energia que você lhe dá, quer seja por atenção positiva ou negativa. Concentrando-se no Infinito, você aparece neutro a ele, mesmo se se coloca momentaneamente emocional. Como não demonstra nenhuma reação, uma vez que está neutro, neutraliza também o medo e o pensamento. Se, ao contrário, escolhe brigar com o pensamento, dá-lhe uma energia e uma identidade. Sua mente pode opor-se, mas você se deixa levar pelo mantra, além dela. Se decide amar o pensamento e se encantar com ele, da mesma forma você lhe dá uma identidade. Assim é que, para deter de vez a produção e a manutenção da dualidade na consciência, você precisa colocar-se neutro. Isto é conseguido somente através do mantra, pois o som é o potencial básico criativo do seu ser.

A Sadhana como uma Megaterapia

A Sadhana é como um bálsamo suavizante para as tensões da civilização moderna. As pressões e o desenvolvimento tecnológico do século XX mudaram radicalmente o nosso estilo de vida. Nosso estilo de vida nas megalópolis induz a uma separação dos ritmos da natureza e, por conseguinte, de nossa harmonia natural com nossa vida interior. Isto provoca uma divisão que corre entre os dois lados de nosso cérebro ocidental. É popular a idéia do reconhecimento de que nosso cérebro tem dois lados com diferentes funções e esta idéia foi registrada também pelos yogues. Os dois lados tem a ver com ação, emoção e percepção de modos opostos. O esquema que apresentamos a seguir, mostra as diferentes funções dos dois lados do cérebros, mostradas do ponto de vista dos psicólogos.

Qualidades atribuídas aos Hemisférios Cerebrais

. Hemisfério esquerdo Hemisfério direito
. Lógico ou analítico. Sintético e perceptivo (intuitivo)
. Discreto. Difuso
. Verbal. Não verbal
. Proposicional. Justaposicional
. Numérico. Geométrico
. Sucessivo. Simultâneo

No Ocidente pressionamos o hemisfério esquerdo até seu limite. Enchemos as nossas vidas para o pensamento voltado para a ação, para a meta, linear, lógica e verbal. O hemisfério direito, que rege a intuição e é a portal para sermos profundos, não tem sido apreciado. Porém as atividades do hemisfério direito são tão importantes como as do esquerdo e temos uma motivação inata para utilizar todas as nossas partes. O hemisfério direito frustrado nos induz a ter credulidade muito grande em metas emocionais e espirituais, uma vez que temos grande sede de experiências e saltamos diante de cada oportunidade.

Como predomina o nosso hemisfério esquerdo, estamos quase sempre interessados em ganhos imediatos, experiências rápidas, filosofia complexa, cultos secretos ou rituais, que dão segurança através da atitude de julgamento. A Sadhana é uma maneira de curar a divisão do cérebro direito-esquerdo e o desequilíbrio de nossa consciência, tornando-se um tipo de terapia que cura estimulando os mecanismos integrativos, sem que o indivíduo tenha que ir à origem de seus conflitos específicos. Funciona como uma megaterapia.
No Sadhana, os exercícios e a concentração são funções do hemisfério esquerdo; a meditação e o canto devocional, do direito.

Prathyahara é um processo do hemisfério esquerdo, porém Laya Yoga é uma atividade do direito.

Os exercícios estimulam o que os yogues chamam de cérebro central, regido pelas glândulas pituitária e pineal. Executando-os diariamente, os exercícios não estão dirigidos a experiências rápidas, mas paulatinamente vão despertando as raízes do ser.

Outro elemento no processo da Sadhana é o compromisso. Siri Singh Sahib disse em uma ocasião que 90% da insanidade de hoje em dia vêm de uma falta de compromisso e da falta de capacidade de comprometer-se. Os compromissos fixam os valores do ser. Os valores do ser permitem-lhe usar os poderes do ser para criar. A criatividade permite o desapego. O desapego permite a sensatez. A sensatez, agregada ao perdão, permite o progresso no processo de expansão do ser.

A Sadhana funciona como um conselheiro para ambos os lados do ser. Estimula um ser central, que se torna bilíngüe, traduzindo o idioma de ambos os lados. Cria uma mente meditativa que pode absorver todos os estímulos dos arredores, computa-los e, então, atuar com sensatez, ao invés de simplesmente reagir. O observador interior pode entender a lógica e a intuição, a atividade e o descanso, a ciência e a arte. Temos que desenvolver o ser bilíngüe plenamente preparado, com um sentido limpo de valores e uma capacidade.

(Extraído de: Raghurai Singh Blogspot)